"Pidá" continua a alegar inocência na morte de Ilídio Correia
A Relação do Porto agravou de 23 para 24 anos o período de prisão para Bruno "Pidá" por co-autoria no homicídio de Ilídio Correia, consumado em Novembro de 2007, além de outros crimes.
"Acusaram-me de um homicídio que eu não cometi. Apanhei 24 anos de cadeia à custa destes senhores", disse, referindo-se aos irmãos da vítima mortal, Benjamim, Natalino e Hélder, agora a ser julgados por extorsão e crimes correlacionados, num processo em que "Pidá" foi hoje chamado a depor como testemunha.
Na acusação da equipa pela procuradora Helena Fazenda refere-se que os três irmãos Correia integraram um grupo de 12 arguidos responsáveis por 57 crimes, alguns deles na forma agravada, desde extorsão, a coacção, ameaça, ofensa à integridade física ou detenção de arma proibida.
Bruno "Pidá", no seu testemunho, secundou a tese da equipa de investigação da "Noite Branca" segundo a qual os irmãos Correia perseguiam José Manuel Barbosa Pires para lhe extorquir dinheiro.
Disse mesmo que Natalino agrediu José Pires, numa versão corroborada por Rui Fernando Costa, outra testemunha ouvida pelo colectivo de juízes.
Ambas confirmaram que intervieram para que a agressão não tivesse contornos mais graves.
A acusação diz que os irmãos Correia tentavam obrigar Pires a pagar-lhes "para o proteger dos problemas" que andavam a ter com", Carlos Alberto Silva, o "Bertinho do Lagarteiro", com quem já antes tivera diversas desavenças.
"Pidá" disse ainda, na linha da acusação do Ministério Público, que os irmãos Correia exerciam segurança privada.
Na primeira sessão deste julgamento, os irmãos Correia negaram o seu alegado envolvimento em todos os crimes que lhes são imputados e garantiram que as suas conversas ameaçadoras para com terceiros, apanhadas em escutas, foram um "jogo psicológico" perante os rivais da Ribeira.